Após desaparecimento e relato de sequestro, Marcelinho Carioca chega a delegacia em SP

O ex-jogador Marcelinho Carioca chegou à delegacia de Itaquaquecetuba (SP) por volta das 14h20min desta segunda-feira. Marcelinho chegou à unidade policial em uma viatura da Polícia Militar, com o rosto coberto com uma toalha e acompanhado de uma mulher no banco de trás.

A primeira informação da Delegacia Antissequestro, da Polícia Civil de São Paulo, era de que Marcelinho Carioca havia sido solto pelos bandidos. Mas um vídeo de um cinegrafista amador mostra o momento em que policiais militares entram numa casa em Itaquaquecetuba e tiram de lá Marcelinho, outra suposta vítima e suspeitos do crime.

O que aconteceu com Marcelinho Carioca?

O ex-jogador de futebol estava desaparecido desde o domingo (17), quando foi de carro para uma festa em Itaquera, Zona Leste da capital paulista. Um dos suspeitos de ter sequestrado Marcelinho, preso na tarde desta segunda-feira em Itaquecetuba, foi levado para um pronto-socorro assim que chegou à delegacia da Polícia Civil na cidade. Ele tinha um ferimento na mão, segundo um dos policiais militares que o colocou na viatura.

Mais cedo, o suspeito chegou junto de duas mulheres, que cuidavam do cativeiro onde Marcelinho foi mantido desde o último domingo, segundo a polícia.

Após Marcelinho e os suspeitos terem sido levados para São Paulo, um homem chegou à delegacia de Itaquecetuba afirmando que seu filho foi apreendido sem razão pela polícia. Segundo Elenaldo Lopes dos Santos, morador do bairro onde estava o cativeiro, o rapaz foi abordado pelos policiais na calçada do imóvel de onde o ex-atleta foi resgatado. Ele diz que o filho é inocente.

O boletim de ocorrência foi registrado como desaparecimento de pessoa e localização de veículo na Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes (SP). O Sistema de Identificação Automatizada de Impressões Digitais foi acionado para apurar as circunstâncias e identificar os envolvidos.

Pix foi pista para encontrar suspeitos

Marcelinho desapareceu neste domingo, após ter participado de um show do cantor Thiaguinho, na véspera. A apresentação do pagodeiro foi na Neo Química Arena, estádio do Corinthians situado no bairro de Itaquera, na Zona Leste da capital paulista. O artista é corintiano.

Fontes ligadas à investigação dão conta que uma transferência de R$ 30 mil foi o caminho usado pela polícia para chegar aos três suspeitos presos. Ao chegar na casa onde morava o titular da conta para o dinheiro foi transferido, no Jardim Maia, extremo leste da capital, os policiais encontraram diversos cartões bancários. Ao serem ouvidos, eles disseram não saber mais informações sobre o jogador, apenas que disponibilizaram a conta para a transferência do dinheiro.

Extorsão de R$ 60 mil

Segundo a Polícia Militar, o advogado de Marcelinho Carioca transferiu o total de R$ 60 mil para os bandidos, sendo R$ 30 mil no último domingo e mais 30 mil na manhã desta segunda. Os criminosos pediram o dinheiro pelo WhatsApp do ex-jogador, inicialmente se passando por ele. Depois, chegaram a pedir mais R$ 30 mil e mais R$ 200 mil, mas essas transferências não foram feitas.

O cabo da PM Charles, do 35° Batalhão de Itaquaquecetuba, foi um dos policiais que encontraram o carro de Marcelinho, naquela cidade, por volta das 8h. Os policiais viram que o carro, avaliado em R$ 350 mil, estava no nome de uma empresa. A Polícia então ligou para o advogado de Marcelinho, que informou que ele estava desaparecido desde domingo e contou dos pedidos de transferências via Pix. A partir daí, a polícia passou a investigar o desaparecimento.

Ainda segundo o policial, Marcelinho estava em contato com uma mulher e, quando ele foi encontrá-la, foi sequestrado. A Polícia Civil irá ouvir a mulher para entender se ela está envolvida no sequestro e armou um golpe para Marcelinho ou se ela também foi vítima.