Coalizão em defesa do jornalismo emite relatório de ataques contra a imprensa no período eleitoral
O monitoramento das redes sociais na reta final do primeiro turno eleitoral e no dia da votação (06/10) comprovaram o que foi observado pela “Coalizão em Defesa do Jornalismo”, em parceria com o Labic, da Universidade Federal do Espírito Santo, ao longo da campanha: quando a disputa política se intensifica, os apoiadores dos candidatos respondem à cobertura feita pela imprensa com ataques e ofensas a jornalistas e meios de comunicação.
Ataques fora das resdesO jornalista André Pessoa do Portal 180graus, foi agredido no dia 28 de setembro enquanto cobria um comício do candidato Isaias Neto (PT), em São Raimundo Nonato, no sudeste do Piauí. Ele foi abordado por seguranças ao chegar ao evento e espancado por seis pessoas , entre eles o fotógrafo e o tesoureiro da Prefeitura. O partido de Isaias Neto comanda o município, mas ele perdeu a eleição no dia 06. Durante o ataque, o jornalista teve seu celular e um drone furtados.
No dia 30 de outubro, a jornalista Paula Araújo, do Conexão Globo News, sofreu uma agressão momentos antes de entrar ao vivo no canal a cabo. O incidente ocorreu em frente à sede da Rede Globo em São Paulo. A agressora tentou, sem sucesso, atacá-la com o tripé da câmera. Logo depois, desferiu um tapa na repórter e, ao deixar o local, acusou a emissora de perseguir Bolsonaro e seus apoiadores, usando a frese “globo lixo”.
Ataques físicos, fora das redes sociais
O jornalista Bruno Soares, do Jornal Plural, e a diretora do Jornal Primeira Linha, Bárbara Letícia Mezzomo, foram alvo de uma campanha de descredibilização movida pelo candidato à Câmara Municipal de Foz do Iguaçú/PR, Darlon Dutra (Mobiliza). Em vídeo de aproximadamente 10 minutos, o candidato faz acusações de irregularidades e corrupção contra os profissionais mobilizando a opinião pública para questionar a imparcialidade e instigmatizando seu trabalho. Darlon não foi eleito vereador no último dia 6 de outubro.
Sobre o Projeto
Este é o sexto relatório de monitoramento de ataques on-line contra a imprensa nas eleições de 2024, que cobre de 26 de setembro a 6 de outubro (o período monitorado neste relatório foi ampliado para abarcar os dados do final de semana da votação do 1º turno). O projeto é realizado em parceria com o Labic/UFES e o ITS-Rio. A Coalizão em Defesa do Jornalismo (CDJor) monitora, desde o dia 15 de agosto, contas de jornalistas, meios de comunicação e de candidatos/as em todas as capitais do Brasil, nas plataformas de redes sociais X Instagram e TikTok.
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