Brasil convoca Conselho da ONU para debater guerra entre Israel e Hamas
O governo brasileiro insiste que o Hamas precisa libertar os reféns e, ao mesmo tempo, faz apelos para que os ataques de Israel sobre Gaza acabem.
Com o envolvimento direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo brasileiro convocou uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU para buscar uma saída para a crise humanitária em Gaza e também sobre os reféns israelenses feitos pelo Hamas.
O encontro, costurado na noite de quarta-feira, ocorre nesta sexta-feira e recebeu o sinal verde das cinco potências permanentes do órgão: EUA, China, Rússia, França e Reino Unido.
O Brasil preside o Conselho neste mês de outubro e tem, como função, organizar a agenda do órgão, sempre em consultas com seus membros.
Na quarta-feira, a declaração d e Lula de que a situação humanitária deveria estar no centro do debate agradou o secretário-geral da ONU, António Guterres. Em conversas com a diplomacia brasileira, o chefe da ONU se dispôs a fazer uma apresentação sobre o atual estado da crise ao Conselho.
Foi então decidido, em uma conversa telefônica entre Lula e o chanceler Mauro Vieira, que a reunião de emergência seria convocada para sexta-feira. O diplomata, que estava na Ásia, iniciou seu percurso para conseguir chegar em Nova York até a sexta-feira pela manhã e para presidir o encontro.
Um dos objetivos será o de costurar uma declaração conjunta na qual todos os membros do Conselho façam um apelo para que corredores humanitários sejam estabelecidos e que a população civil seja poupada, de ambos os lados. Nesta quinta-feira, relatores da ONU denunciaram os crimes cometidos tanto pelo Hamas quanto por Israel.
Durante as próximas horas, caberá à missão do Brasil em Nova York negociar os termos da declaração. Mas foi considerado como positivo o fato de que, apesar da ruptura de relações entre russos e americanos, houve um acordo para convocar o debate.
No domingo, uma primeira reunião do Conselho terminou sem uma declaração conjunta. Nem mesmo um acordo de todos para condenar o Hamas pelos ataques contra Israel foi alcançado.
O governo brasileiro insiste que o Hamas precisa libertar os reféns e, ao mesmo tempo, faz apelos para que os ataques de Israel sobre Gaza acabem.
Sem um acordo geral para a criação de corredores humanitários, a diplomacia brasileira terá de continuar negociando com o Egito uma passagem para que os brasileiros em Gaza possam ser evacuados.
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