No Piauí, servidores, políticos e advogados são suspeitos de fraude que gerou prejuízos de R$ 50 mi
A Polícia Federal segue com as investigações do esquema que apura fraudes nas guias de recolhimento da Previdência. Dos 14 mandados cumpridos, 10 foram no Piauí.
A Polícia Federal segue com as investigações do esquema que apura fraudes nas guias de recolhimento da Previdência. Dos 14 mandados cumpridos, 10 foram no Piauí. De acordo com o delegado Marco Antônio, da PF, o estado tem uma participação mais forte no esquema criminosa com participação de advogados e entes públicos. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pela corporação.
"Foram vários municípios, cerca de 39 prefeituras. O advogado era contratado para fazer a restituição daqueles valores. Só que como eles colocavam um documento fraudulento, um documento falsificado, aqueles valores de imediato já criavam um crédito para o município. Então o advogado ia la, pegava 20%, 30% e posteriormente, quando a Receita Federal constatasse que não se tratava de documentos verdadeiros, ela ia cobrar do município. Muitas vezes rolava para o próximo prefeito. Aí o prefeito dizia que não tinha nada a ver com isso porque são documentos fraudados", explica o delegado em entrevista à imprensa.
De acordo com o delegado, a fraude já teria causado aos cofres públicos prejuízo de mais de R$ 50 milhões. Em alguns municípios, o valor desviado chegou a R$ 4 milhões. A ação é desdobramento da Operação Grima, deflagrada em dezembro de 2023.
O alvo preso na segunda fase era do município de Goiânia. Entre os materiais apreendidos, estão carros de luxo, com pessoas que já estão sendo alvos de investigação. Agora, a polícia segue com as investigações e afirma que novos mandados e novas prisões podem acontecer.
Como funcionava a fraude?
O delegado Marcos Antônio, da Polícia Federal, informou que o grupo, que possui agentes públicos e advogados, fraudava as Gefis, que são guias da previdência apresentadas pelos municípios. No esquema, os municípios envolvidos criavam crédito indevidamente por meio de documentos falsos para que pudessem fazer o gasto do valor de outros modos. Muitas vezes, utilizavam o cashback para advogados e políticos envolvidos.
Os advogados contratados faziam o contrato com o município e colocavam como cláusula um percentual sobre o valor que ele conseguia restituir para o município. Posteriormente, a Receita Federal constatava que eram documentos falsificados, mas o advogado já havia recebido o valor.
Fonte: Portal A10+
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