Mãe denuncia morte de recém-nascida por negligência médica em São Raimundo Nonato

Grávida de 40 semanas, Nildenice Pereira deu entrada no Hospital Regional Senador Cândido Ferraz, na sexta-feira (24). A bebê nasceu, mas morreu pouco tempo depois.

Mãe denuncia morte de recém-nascida por negligência médica em São Raimundo Nonato
Hospital Regional Senador Cândido Ferraz - SRN

O que era para ser a realização de um sonho se transformou em um pesadelo para o casal Nildenice Pereira e Isac de Santana, no último domingo (27), no município de São Raimundo Nonato, Sul do Piauí. Grávida de 40 semanas, Nildenice deu entrada no Hospital Regional Senador Cândido Ferraz, na sexta-feira (24), para dar à luz a Isabela, contudo, ela deixou o hospital com as mãos vazias. 

A bebê nasceu, mas morreu pouco tempo depois. Conforme os pais, por negligência médica. Ao Viagora, Nildenice relatou que chegou ao hospital com fortes dores. No local, o médico plantonista constatou que ela já estava com 2 cm de dilatação e a internou. “Eu moro em Baixão da Gameleira, interior de Anísio de Abreu, e estava com 40 semanas e seis dias de gestação. Na sexta-feira eu fui direto para o hospital de São Raimundo Nonato com fortes dores. Chegando lá o médico fez o toque e disse que eu estava com 2 cm de dilatação e eu fiquei internada e as dores foram piorando”, relatou.

“Fiquei de sexta-feira até o sábado sentindo dores, que pioraram à noite. Minha irmã ficou correndo atrás dos enfermeiros que só diziam que era as dores eram normais, que ainda iam piorar, que aquilo era só o começo. Disseram que tinha tudo para ter parto normal e que era para esperar”, contou Nildenice. 

Cirurgia após mecônio

 

Nildenice afirmou que os médicos só a levaram para a cesárea depois de constataram que a bebê havia feito cocô no útero. “Eu fiquei a noite toda esperando e no domingo pela manhã as dores pioraram. Quando eles viram que a bebê tinha feito cocô, que é o chamado mecônio, foi que se apressaram para fazer o parto. Só me socorreram por causa disso”, relatou. 

 “Me colocaram em uma cadeira de rodas, me levaram para o quarto, e me deixaram lá. Ficaram conversando, batendo papo, dizendo que não tinha anestesia. Eu esperando e o tempo passando, quando finalmente me levaram para sala de cirurgia com minha filha estava agonizando, tentando sobreviver”, pontuou Nildenice.

Ainda conforme Nildenice, após a cesárea, ela foi colocada em uma maca, no corredor, onde ficou por cerca de meia-hora. “Depois da cirurgia me colocaram em uma maca e me deixaram no corredor morrendo de frio, por pouco eu também não morri, depois foi uma enfermeira e me cobriu com um lençol”, afirmou. 

Bebê não resistiu 

 “Minha filha nasceu e só veio chorar depois de 10 minutos. Ela foi levada para o oxigênio e chegou a ser entubada, mas não resistiu e faleceu. E hoje estou aqui, de resguardo, com a cesariana e sem filha, por culpa deles, por negligência deles. Estou aqui, em casa, e minha filha está com Deus, por culpa deles estou sozinha. Agora tenho que guardar as coisinhas dela”, lamentou Nildenice. Antes de ir ao hospital na sexta-feira (24), Nildenice declarou que já tinha ido duas semanas antes. “Eu fui ao hospital no dia 11 de novembro, com dor, me internaram, passaram buscopan, e depois me mandaram para casa, para descansar. Foi muita irresponsabilidade”, pontuou. Isabela era a primeira filha do casal. Ela nasceu às 11h52 desse domingo (27) e faleceu às 18h30.

Outro lado

A reportagem do Viagora tentou entrar em contato com a Direção do Hospital, mas não obteve êxito. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.

Fonte: Viagora